Esses dias eu estava conversando com um amigo
que criticava duramente a opção de algumas pessoas pelo não consumo de
carne. Ele argumentava que esses animais abatidos já nasciam destinados à
morte e que, portanto, a vida deles tinha uma única utilidade: nos
servir. Comecei a pensar, então, nos seres humanos e minha cabeça foi um
pouco longe imaginando uma indústria de carne humana que servia exatamente
para esse mesmo fim. Pessoas nasciam, eram confinadas em espaços
minúsculos, não recebiam qualquer estímulo educativo, viviam nas
condições mais animalizadas e tinham como única função a reprodução para
o abate. Diversas organizações pelos direitos humanos faziam fóruns e
militâncias, alguns tentando liquidar os abatedouros humanos, outros,
instaurar uma política de “morte humanizada” para evitar possíveis
sofrimentos desnecessários. Mas havia também uma leva muito grande da
população que afirmava que aquelas pessoas não possuíam sentimento, não
pensavam como gente normal e não tinham a mesma capacidade das outras.
Não tenho a intenção de personificar animais, nem zoomorfizar pessoas,
mas confesso que não consegui achar muitas diferenças entre essas duas
indústrias de carne (uma verdadeira e bem cotidiana e a outra somente
imaginada). A única crítica que me atrevo a fazer é sobre o tipo de
argumentação que a gente, às vezes, usa para defender certos pontos que
nos são mais favoráveis . Cuidado, companheiro!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário