sábado, 29 de dezembro de 2012

Esses dias eu estava conversando com um amigo que criticava duramente a opção de algumas pessoas pelo não consumo de carne. Ele argumentava que esses animais abatidos já nasciam destinados à morte e que, portanto, a vida deles tinha uma única utilidade: nos servir. Comecei a pensar, então, nos seres humanos e minha cabeça foi um pouco longe imaginando uma indústria de carne humana que servia exatamente para esse mesmo fim. Pessoas nasciam, eram confinadas em espaços minúsculos, não recebiam qualquer estímulo educativo, viviam nas condições mais animalizadas e tinham como única função a reprodução para o abate. Diversas organizações pelos direitos humanos faziam fóruns e militâncias, alguns tentando liquidar os abatedouros humanos, outros, instaurar uma política de “morte humanizada” para evitar possíveis sofrimentos desnecessários. Mas havia também uma leva muito grande da população que afirmava que aquelas pessoas não possuíam sentimento, não pensavam como gente normal e não tinham a mesma capacidade das outras.

Não tenho a intenção de personificar animais, nem zoomorfizar pessoas, mas confesso que não consegui achar muitas diferenças entre essas duas indústrias de carne (uma verdadeira e bem cotidiana e a outra somente imaginada). A única crítica que me atrevo a fazer é sobre o tipo de argumentação que a gente, às vezes, usa para defender certos pontos que nos são mais favoráveis . Cuidado, companheiro!

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