terça-feira, 1 de janeiro de 2013

São duas da manhã,

Reflexão se torna quase uma obrigação, sem ela não é possível dormir.
Hoje decidi me livrar da amarra idade. Assumo todas as idades. “Filha, você tem 18 anos, como ainda se comporta assim?” “Dri, você já sabe o que fazer, em que lugar estará quando tiver 30?” “Didi, você parece estar no mundo há mais tempo que eu, que tenho 28.” É possível que eu seja todo mundo ao mesmo tempo.

Já deveria ter ido dormir, mas tenho deixado crescer a minha admiração pela noite.
À noite, em São Paulo, os carros estão menor quantidade pela cidade, as luzes nos postes altos estão acesas, mas não dão conta de iluminar tudo. Vou à janela e me imagino no topo da árvore mais alta da praça cantando junto ao vento, que sopra gelado deixando minha pele arrepiada. O arrepio deixa a pele bonita, a barriga fica bonita e o peito também. Me lembro que, desde pequena, sinto atração e simpatia pela noite - ao contrário da minha irmã que sempre sentiu medo do escuro. Era legal viajar à noite. A gasolina da caminhonete sempre faltava em algum ponto da estrada escura e meus pais saíam juntos para reabastecer, era romântico para eles... Enquanto minha irmã e eu, tão pequenininhas, ficávamos sozinhas. Eu sempre tentava acalmá-la, mas ela sentia muito medo. Olhava para cima, as estrelas faziam do céu um sorvete de flocos ao contrário. Até hoje tenho lembranças dessa época junto com o cheiro de mato molhado assim que chegávamos em Piraju.
Era noite na estrada, era Vida na vida.

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